Preâmbulo

Preâmbulo

    De abrigo para órfãos em 1958, o Educandário é, hoje, uma das principais instituições filantrópicas de Bebedouro e da região, e, a maior – se levarmos em conta o número de crianças e famílias que atende, e, o volume de recursos que despende mensalmente. São mais de 500 crianças atendidas em período integral e os números só não são maiores em virtude dos insuficientes, mas abençoados, recursos que chegam de contribuições internacionais, do Poder Público e dos imprescindíveis colaboradores individuais e espontâneos. A fila de espera por vagas é sem medida.

A história do Educandário se confunde com a história dos frades franciscanos, que no final da década de 40 começaram a chegar à região, em especial a Bebedouro. Pessoas como os freis Marcelo Manília, Clemente Grassi, Roque Biscioni, Januário Pinto, Querubim Rega, Dionísio Marinelli, , David Precaro, Antônio Prieto, Lúcio Signoretti, Francisco de Medeiros, entre tantos outros, vieram e concretizaram uma grande obra no ponto mais alto da cidade, os altos da Avenida Donina Valladão Furquim. Se as suas portas continuam abertas às crianças e adolescentes carentes é devido às contribuições de todos, verdadeiros anjos da guarda.

     O Educandário é fruto da generosidade do povo bebedourense, que já antes mesmo de vê-lo erguido dava a sua parcela de contribuição em leilões, quermesses, rifas, feijoadas, pizzas e em outras campanhas. Para se ter uma idéia deste apoio, em apenas 25 dias os frades venderam 130 lotes de uma área que foi doada a eles para a obra.

     Nestes cinqüenta anos, a serem completados em fevereiro de 2008, a marca do Educandário foi a simplicidade, a contar da sua solenidade de inauguração, que registrou a presença do bispo diocesano D. José Varani, do então prefeito Sérgio Sessa Stamato, do presidente da Câmara à época, Nivaldo Salvador, do saudoso vereador e professor Arnaldo Garrido, do Superior Frei Dionízio Marineli, do monsenhor José Figuls, dos órfãos já matriculados e de grande número de cooperadores. Na capela, foi celebrada uma missa em ação de graças pelo bispo D. José Varani. Como primeiro diretor-presidente, o Educandário teve Frei Clemente Grassi; primeiro-vice-presidente, Julien Mutton; segundo-vice-presidente, Francisco Gullo; primeiro-secretário, João Batista Catalani; segundo-secretário, Lamartine Ramos; primeiro-tesoureiro, Pedro Betanho; e, segundo-tesoureiro, Sebastião Manzi.

       No dia 2 de janeiro de 1981, chegava a Bebedouro o sacerdote franciscano Frei Eduardo Chagas Nithack, para assumir a direção do Educandário, após um período em Petrópolis-RJ como mestre dos clérigos da Custódia do Sagrado Coração de Jesus. Dinâmico, inteligente e culto: estas foram três das qualidades atribuídas a Frei Eduardo em reportagem publicada no jornal “Gazeta de Bebedouro”, na edição de 5 de abril de 1981 (*). Logo que chegou, Frei Eduardo, natural de Campinas-SP, providenciou a fundação da Jufra (Juventude Franciscana) e fez com que o Educandário atingisse a marca histórica de 500 assistidos, além de ampliar até ao sábado, ao meio-dia, as atividades da escola que até então terminavam na sexta-feira. Com a ampliação do funcionamento, ele instituiu uma missa aos sábados pela manhã, seguida de recreação e diversas atividades esportivas. À época, a direção administrativa da instituição era ocupada por Sidnei Luiz Bonafim. Por tudo que fez pelas crianças do Educandário e, por extensão, ao município de Bebedouro, Frei Eduardo recebeu – da Câmara Municipal de Bebedouro – em 1992, o título de Cidadão Bebedourense.


    Neste livro, escrito por Frei Eduardo Chagas Nithack e por uma equipe de colaboradores, o leitor terá uma noção de como foi a atuação de Frei Eduardo no período em que dirigiu o Educandário (1981-1995), as iniciativas que revolucionaram o ensino em Bebedouro e o resultado do trabalho, que através desta obra poderá ser utilizado como modelo por todos que acreditam na educação como a única alternativa para vivermos num mundo mais justo e humano.

    Aproveito para cumprimentar a todos os ex-diretores do Educandário e os atuais, que com muito empenho têm garantido a continuidade no atendimento nesta instituição que tem a simpatia de todos os bebedourenses. Que Deus abençoe a todos.




Nilton Santos
Ex-aluno e jornalista






(*)Externo aqui a minha gratidão à direção da Gazeta de Bebedouro que me possibilitou esta pesquisa histórica.

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