Prefácio:
Por uma Educação
Criativa e Libertadora
Pela segunda vez recebo uma incumbência de Frei Eduardo Chagas Nithack.
Pela segunda vez tento realizar esta incumbência de forma satisfatória. A
primeira e a mais difícil foi a de substituí-lo em 1995 na direção do
Educandário Santo Antônio de Bebedouro. A princípio, ele me fez acreditar que
tudo seria fácil, mas a realidade não comprovou esta possibilidade.
Era a minha primeira experiência na direção de uma instituição, eu não
entendia e não entendo nada de educação, não conhecia cidade, a sociedade bebedourense
e nem os detalhes do dia-a-dia do educandário. Também não sabia do desafio que
seria substituir e me afirmar no lugar de um homem que era um ídolo, pai e
herói para tanta gente, inclusive para mim. Depois de muita dificuldade, de
tanto errar e aprender sobrevivi.
Finalmente, a segunda tarefa: Apresentar esta coletânea de história e
depoimentos de algumas pessoas e alunos que colaboraram na construção e
definição do Educandário. Claro que Frei Eduardo e todos nós sabemos que o
número de colaboradores é muito maior, alguns que não sabemos e outros como a
Saudosa Dona Francisca Ilse de Carvalho (Dona Zinha), que já nos deixou, mas
tem a sua vida intensamente ligada ao Educandário.
Frei eu não saberia mesmo como começar e terminar essa apresentação, do
que falar e como falar. Visitei o Educandário pela primeira vez em Julho de
1985, durante as minhas férias no Seminário Frei Galvão de Guaratinguetá.
Cheguei pela manhã e fui aos poucos conhecendo a residência dos Frades (Frei
Eduardo, Francisco Medeiros, Luiz Carolino, Jorge e Sérgio Moretto). Andei
sozinho pelo Educandário, pois os Frades estavam realizando um capítulo
da Fraternidade local. Depois do almoço, fui para o lugar que era chamado de
teatro, onde um professor de música (Pedro Roratto) tocava violão com alguns
garotos e para mim naquele dia, parecia que uma multidão de crianças cantavam e
dançavam como se em um programa de auditório. Entre aqueles que tocavam violão,
um garoto franzino e com um tênis bem velhinho nos pés me parecia o mais entusiasmado,
é verdadeiramente era. Hoje, este menino é um grande amigo e uma pessoa muito
querida e pelo qual eu tenho uma grande admiração pelo seu trabalho, Maestro
Américo Donizete. Somente à tarde pude conhecer o Frei Eduardo. Daí em diante,
vieram várias outras visitas e estágios no Educandário e acredito que também
uma amizade com o Eduardo.
No capítulo Custodial
em que foi eleito superior da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus,
Frei Eduardo me perguntou se eu aceitaria a missão de assumir a direção do
Educandário, como eu era bastante inexperiente sonhador, aceitei e convidei
para trabalhar comigo Frei Humberto Nogues Feriatto e Frei José Luiz da Costa,
que ainda hoje continua o trabalho no Educandário. Hoje agradeço a Deus e ao
Frei Eduardo pela oportunidade. Ainda, hoje, sonho com a comunidade
Educandário. Ali aprendi e me tornei o que sou. Ali conheci e aprendi a ser
sacerdote e também, ali conheci e aprendi amar. Ali decidir mudar de rumo e
construir uma família, mas nunca esqueci de tudo o que pude vivenciar e
conhecer desse trabalho e de não somente construir uma escola ou uma
instituição, mas se construir um instituição que se propõe a construir pessoas
e uma nova sociedade. Por isso, o valor deste trabalho é muito importante. pois
resgata e registra a história desta instituição que é parte da história de
Bebedouro e de nossas e de tantas vidas.
Um grande abraço, Frei Eduardo, a você e a todos de que de alguma forma
deixaram a sua contribuição, neste caso de amor de todos nós chamado “Educandário
Santo Antônio de Bebedouro”
Professor Abelardo Silva Martins
Diretor do Departamento Municipal de
Educação de Bebedouro
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